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O programa pedagógico "Cinema cem anos de juventude", coordenado pelo departamento pedagógico da Cinemateca Francesa, reúne realizadores e técnicos de cinema, com professores das escolas participantes e com estruturas colectivas (associações culturais, cinematecas, salas de cinema), preocupados com a educação ao cinema e o desejo de partilhar uma experiência e uma reflexão sobre esta arte. Este dispositivo, criado em França por ocasião do centenário do cinema, mantendo uma forte vertente experimental e de vanguarda, alargou-se em 2005 a Espanha, em 2006 a Portugal, em 2008 a Itália e, a partir de 2009, integra também a Inglaterra.
A Associação os Filhos de Lumière é a estrutura que coordena e implanta este programa em Portugal - em parceria com a Cinemateca Portuguesa - participando em 2009/2010 pela quarta vez consecutiva, actualmente com 3 turmas do ensino básico (um 7º, um 8º e um 9º ano) e um Clube de Cinema, em três escolas: Escola Secundária de Serpa (desde 2006), Escola Secundária Passos Manuel, Lisboa (desde 2007), Escola de Ensino Básico José Afonso em Alhos Vedras, Moita (desde 2008).
No ano lectivo 2008/2009, nos quatro países europeus, participaram 26 grupos. Todos os alunos seguiram as mesmas regras do jogo para abordar e compreender a questão que lhes era proposta para esse ano: a cor no cinema. Para apreender esta noção fundamental, trabalharam num primeiro momento a partir de fragmentos de filmes que analisaram na escola e, num segundo momento, nos exercícios propostos e em que todos participaram: "Observa à tua volta os elementos naturais, o céu, a erva, a terra, as especiarias, ou ainda as matérias (tecidos, pinturas), as luzes, (sinais, reflexos), os objectos manufacturados, as sinaléticas… etc".
Por último todos os grupos participantes fizeram um filme-ensaio que foi apresentado na Cinemateca Francesa em Paris no final do ano lectivo com a presença de pelo menos três alunos a representar cada grupo.
"De Grenoble a Barcelona, de Paris a Roma e a Lisboa, os bombons, os balões, as mochilas, os fatos de desporto, trocas de casacos, livros escolhidos pelas capas aparecem nas histórias. Foi um ano onde, claramente, o trabalho sobre a sensação primou sobre a narração. Em muito dos filmes, as formas e os contornos esbateram-se para dar lugar a uma abordagem abstracta só da cor, a um trabalho plástico sobre o desfocado, o encoberto, o movimento na sua relação com a velocidade… Mas colocar a questão da cor era também dar continuidade ao caminho iniciado nos anos anteriores (em particular os anos sobre a luz e sobre a relação entre a figura e o fundo). Tratava-se de dar a perceber e a experimentar aos alunos que a emoção, no cinema, não provém unicamente dos diálogos e da representação do actor. De enriquecer a sua expressão cinematográfica. No final, muito poucos diálogos nos filmes deste ano, mas a presença de sons e de músicas associadas às cores "interiores", mentais, das personagens, dos seus sentimentos. Os pequenos ensaios que descobrimos, durante os dias de projecção na Cinemateca Francesa, testemunham uma grande atenção à tonalidade do filme no seu conjunto, às roupas, aos décors e, em geral, uma grande atenção ao mundo" (Nathalie Bourgeois, in Brochura Doc's Kingdom 2009).
São esses filmes-ensaio, realizados pelos alunos das escolas participantes em Serpa, Lisboa e Moita, mas também de outras regiões de França, Espanha e Itália que aqui serão apresentados. Todos estes alunos se confrontaram com várias questões de cinema para além da questão da cor: como filmar uma paisagem, um lugar, captar a luz ou o som e criar a atmosfera de uma cena, encarnar as personagens e dirigir actores, encontrar o bom ritmo para a montagem etc.
Teresa Garcia - Pierre-Marie Goulet
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Os Filhos de Lumière
osfilhosdelumiere@gmail.com
http://osfilhosdelumiere.blogspot.com/
O programa pedagógico "Cinema cem anos de juventude", coordenado pelo departamento pedagógico da Cinemateca Francesa, reúne realizadores e técnicos de cinema, com professores das escolas participantes e com estruturas colectivas (associações culturais, cinematecas, salas de cinema), preocupados com a educação ao cinema e o desejo de partilhar uma experiência e uma reflexão sobre esta arte. Este dispositivo, criado em França por ocasião do centenário do cinema, mantendo uma forte vertente experimental e de vanguarda, alargou-se em 2005 a Espanha, em 2006 a Portugal, em 2008 a Itália e, a partir de 2009, integra também a Inglaterra.
A Associação os Filhos de Lumière é a estrutura que coordena e implanta este programa em Portugal - em parceria com a Cinemateca Portuguesa - participando em 2009/2010 pela quarta vez consecutiva, actualmente com 3 turmas do ensino básico (um 7º, um 8º e um 9º ano) e um Clube de Cinema, em três escolas: Escola Secundária de Serpa (desde 2006), Escola Secundária Passos Manuel, Lisboa (desde 2007), Escola de Ensino Básico José Afonso em Alhos Vedras, Moita (desde 2008).
No ano lectivo 2008/2009, nos quatro países europeus, participaram 26 grupos. Todos os alunos seguiram as mesmas regras do jogo para abordar e compreender a questão que lhes era proposta para esse ano: a cor no cinema. Para apreender esta noção fundamental, trabalharam num primeiro momento a partir de fragmentos de filmes que analisaram na escola e, num segundo momento, nos exercícios propostos e em que todos participaram: "Observa à tua volta os elementos naturais, o céu, a erva, a terra, as especiarias, ou ainda as matérias (tecidos, pinturas), as luzes, (sinais, reflexos), os objectos manufacturados, as sinaléticas… etc".
Por último todos os grupos participantes fizeram um filme-ensaio que foi apresentado na Cinemateca Francesa em Paris no final do ano lectivo com a presença de pelo menos três alunos a representar cada grupo.
"De Grenoble a Barcelona, de Paris a Roma e a Lisboa, os bombons, os balões, as mochilas, os fatos de desporto, trocas de casacos, livros escolhidos pelas capas aparecem nas histórias. Foi um ano onde, claramente, o trabalho sobre a sensação primou sobre a narração. Em muito dos filmes, as formas e os contornos esbateram-se para dar lugar a uma abordagem abstracta só da cor, a um trabalho plástico sobre o desfocado, o encoberto, o movimento na sua relação com a velocidade… Mas colocar a questão da cor era também dar continuidade ao caminho iniciado nos anos anteriores (em particular os anos sobre a luz e sobre a relação entre a figura e o fundo). Tratava-se de dar a perceber e a experimentar aos alunos que a emoção, no cinema, não provém unicamente dos diálogos e da representação do actor. De enriquecer a sua expressão cinematográfica. No final, muito poucos diálogos nos filmes deste ano, mas a presença de sons e de músicas associadas às cores "interiores", mentais, das personagens, dos seus sentimentos. Os pequenos ensaios que descobrimos, durante os dias de projecção na Cinemateca Francesa, testemunham uma grande atenção à tonalidade do filme no seu conjunto, às roupas, aos décors e, em geral, uma grande atenção ao mundo" (Nathalie Bourgeois, in Brochura Doc's Kingdom 2009).
São esses filmes-ensaio, realizados pelos alunos das escolas participantes em Serpa, Lisboa e Moita, mas também de outras regiões de França, Espanha e Itália que aqui serão apresentados. Todos estes alunos se confrontaram com várias questões de cinema para além da questão da cor: como filmar uma paisagem, um lugar, captar a luz ou o som e criar a atmosfera de uma cena, encarnar as personagens e dirigir actores, encontrar o bom ritmo para a montagem etc.
Teresa Garcia - Pierre-Marie Goulet
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Os Filhos de Lumière
osfilhosdelumiere@gmail.com
http://osfilhosdelumiere.blogspot.com/