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A terra continua a tremer na zona central do país que cumpre um dia de luto pelas vítimas do terramoto. Na área sinistrada, nacionais e estrangeiros enfrentam a mesma angústia e entreajudam-se.
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A crise sísmica, que durava há alguns meses, agudizou-se na madrugada de segunda-feira; surpreendeu todos e semeou a morte.
Numa aldeia medieval, Paganica, construída com pedras seculares do Abruzzo, ruiu o tecto de um convento e caiu em cima da madre superiora, Gemma, quando esta, após ter posto a salvo 40 crianças, se preparava para partir. Há um mês que as crianças tinham ali procurado, e obtido, refúgio na noite do primeiro tremor de terra que, como um monstro, destruiu, então, casas, ruas, igrejas, nesta zona da Itália central. A irmã Gemma, de 61 anos, freira de clausura, habituada aos tremores de terra diários nos últimos três meses, não quis ir dormir num automóvel, estacionado na rua do convento, como a maioria dos desalojados, proibidos de regressarem às suas casas. Preferiu vigiar o sono daqueles inocentes que, ali, tinham encontrado a tranquilidade de uma noite dormida fora de casa. O Convento de Santa Clara, ex-mosteiro de frades, tinha-se tornado, nestes últimos anos e devido à diminuição de vocações, num hospital para idosos, sem família. Ali passavam os últimos tempos da sua vida, em paz e sossego, e eram tratados com carinho. Precisamente há dois anos foi a madre Gemma que conseguiu que as freiras da sua ordem - clarissas de S. Gregório - pudessem voltar ao velho convento, transformado em asilo. Na madrugada de segunda-feira, perante a violência do sismo, a madre Gemma fez sair, uma a uma, as crianças que há um mês recebera. Quando se preparava para abandonar o convento foi apanhada pelo tecto. Morreu a madre, morreu a irmã Anna, mas salvaram-se as 40 crianças...
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4 commenti:
Amigo Domenico,
Mal soube desta terrível catástrofe imediatamente pensei em aqui vir e deixar um comentário, uma palavra de conforto, enfim, expressar a minha tristeza e desolação perante o acontecido.
Mas, como é comum neste tipo de situações, não encontrei as palavras nem as expressões apropriadas, nem tão pouco sabia o que dizer...
Depois "o meio" também não se presta a certos tipos de mensagens, não ajuda a que consigamos "deitar cá para fora" aquilo que nos vai cá dentro!...
Assim, ao ver um post com esta notícia achei que era a oportunidade de aqui vir dizer quanto lamento e quanto me sinto triste com tudo o que aconteceu, com todas aquelas imagens de horror e desolação que a toda a hora passam na TV.
Amigo, estou convosco. Daqui de Lisboa envio-lhe todo o meu apoio moral que é a única coisa que me é possível fazer. Hoje vós, amanhã nós, quem sabe?
Um grande abraço fraterno de solidariedade e de ânimo.
Amiga Tétis
Não tenho palavras para agradecer as tuas palavras amigas tão cheias de significado e solidariedade, que muito aprecei.
Um grande abraço fraterno.
Entre 2 e 9 de Abril estive nos Açores em casa dos meus pais que lá continuam a viver. Vimos as notícias desta catástrofe com bastante apreensão porque nos Açores já tivemos vários sismos desastrosos, o último dos quais em 1 de Janeiro de 1980 na Ilha Terceira. Por coincidência eu também lá estava nessa altura, sentimos pouco porque estávamos na ilha de S. Miguel. Agora com esta catástrofe de Aquilla voltamos a pensar bastante como a nossa vida pode mudar subitamente, somos tão frágeis...
Abraço solidário. Octávio Lima (ondas3.blogs.sapo.pt)
Carissimo Octávio,
Muito obrigado pela solidariedade comovente que muito aprecei...
Um abraço fraterno.
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