.
A defesa dos rios e o direito de decidir sobre empreendimentos que impactam as terras indígenas foram algumas das principais questões discutidas pelos povos indígenas durante os primeiros dias do Fórum Social Mundial (FSM), que acontece em Belém, Pará, entre 27 de janeiro e 1 de fevereiro.
A presença de mais 1200 indígenas do Brasil e da América Latina no FSM é um dos principais destaques do evento. Por onde passam, os indígenas chamam a atenção e os demais participantes do encontro abrem passagem e se apressam para filmar e tirar fotos. Até para moradores de Belém, a presença de indígenas paraenses surpreende mais do que a presença de estrangeiros de diversos países.
No entanto, além de serem vistos e reconhecidos, os povos indígenas querem que os demais grupos e movimentos sociais presentes se unam a eles nas lutas pelo bem comum. Como lembraram diversas lideranças indígenas na abertura do evento, a defesa das terras indígenas interessa a todo mundo, pois elas são importantes para a preservação ambiental, necessária para a sobrevivência do planeta. Dentro desse contexto, os indígenas brasileiros fizeram diversas ações para articular a defesa de rios brasileiros ameaçados por grandes empreendimentos.
No dia 28 de janeiro, indígenas e ribeirinhos que vivem perto de rios ameaçados se reuniram às margens do rio Guamá para falar sobre as ameaças aos rios São Francisco (transposição), Madeira (Hidrelétrica de Jirau), Xingu (hidrelétrica de Belo Monte), Tocantins (hidrelétrica de Estreito), entre outros.
Seu Toinho Pescador, alagoano, lembrou dos tempos em que ele conseguia sustentar a família pescando nas correntes do ‘Velho Chico’. Caso a transposição das águas desse rio seja concluída, seu Toinho e os ribeirinhos da região não conseguirão mais tirar o sustento do rio.
José Carlos Arara, do rio Xingu, ressaltou que "há várias maneiras de alcançar desenvolvimento sem destruir o meio-ambiente, deixando os parentes sem ter de onde tirar a água e o alimento para dar continuidade à sua própria sobrevivência". O consenso presente entre os povos na reunião é o de que não é necessário um projeto de destruição em função de desenvolvimento. "Não é dever só dos índios lutar pela causa dos rios, mas de todo habitante da Terra", advertiu Natanael Karajá. Após a reunião, os indígenas, ribeirinhos e demais participantes fizeram um ritual no rio Guamá para pedir a força aos espíritos das águas.
No dia 29, outro debate enfatizou os problemas que a hidrelétrica de Belo Monte pode causar. Dom Erwin, bispo do Xingu e presidente do Cimi, ressaltou que a maioria da população da região é contra o empreendimento e que a consulta sobre a obra só está sendo feita ao comerciantes e empresários de Altamira.
A defesa da terra e dos rios também é foco da campanha Povos Indígenas na Amazônia: Presente e Futuro da Humanidade, que foi lançada no dia 28 de janeiro no FSM. A iniciativa pretende sensibilizar a sociedade para a importância de se proteger os povos indígenas da Amazônia, acuados pela crescente agressão ao meio ambiente causada, principalmente, por madeireiros, garimpeiros, pecuaristas e pelo avanço da fronteira agrícola (soja, cana...).
Até o dia 1 de fevereiro, os indígenas ainda participarão de diversos debates e manifestações e assim, tentarão aproveitar essa rara oportunidade em que são foco das atenções para dar seu recado. Como destacou Miguel Palacin, da Coordenação Andina das Organizações Indígenas (CAOI), após a apresentação dos indígenas na abertura do evento: "para um mundo melhor, a violência, a criminalização, o racismo e todas agressões que os indígenas sofrem devem acabar e, em vez disso, devem ser construídos os Estados Plurinacionais, como já ocorre na Bolívia e no Equador." (CIMI)
A defesa dos rios e o direito de decidir sobre empreendimentos que impactam as terras indígenas foram algumas das principais questões discutidas pelos povos indígenas durante os primeiros dias do Fórum Social Mundial (FSM), que acontece em Belém, Pará, entre 27 de janeiro e 1 de fevereiro.
A presença de mais 1200 indígenas do Brasil e da América Latina no FSM é um dos principais destaques do evento. Por onde passam, os indígenas chamam a atenção e os demais participantes do encontro abrem passagem e se apressam para filmar e tirar fotos. Até para moradores de Belém, a presença de indígenas paraenses surpreende mais do que a presença de estrangeiros de diversos países.
No entanto, além de serem vistos e reconhecidos, os povos indígenas querem que os demais grupos e movimentos sociais presentes se unam a eles nas lutas pelo bem comum. Como lembraram diversas lideranças indígenas na abertura do evento, a defesa das terras indígenas interessa a todo mundo, pois elas são importantes para a preservação ambiental, necessária para a sobrevivência do planeta. Dentro desse contexto, os indígenas brasileiros fizeram diversas ações para articular a defesa de rios brasileiros ameaçados por grandes empreendimentos.
No dia 28 de janeiro, indígenas e ribeirinhos que vivem perto de rios ameaçados se reuniram às margens do rio Guamá para falar sobre as ameaças aos rios São Francisco (transposição), Madeira (Hidrelétrica de Jirau), Xingu (hidrelétrica de Belo Monte), Tocantins (hidrelétrica de Estreito), entre outros.
Seu Toinho Pescador, alagoano, lembrou dos tempos em que ele conseguia sustentar a família pescando nas correntes do ‘Velho Chico’. Caso a transposição das águas desse rio seja concluída, seu Toinho e os ribeirinhos da região não conseguirão mais tirar o sustento do rio.
José Carlos Arara, do rio Xingu, ressaltou que "há várias maneiras de alcançar desenvolvimento sem destruir o meio-ambiente, deixando os parentes sem ter de onde tirar a água e o alimento para dar continuidade à sua própria sobrevivência". O consenso presente entre os povos na reunião é o de que não é necessário um projeto de destruição em função de desenvolvimento. "Não é dever só dos índios lutar pela causa dos rios, mas de todo habitante da Terra", advertiu Natanael Karajá. Após a reunião, os indígenas, ribeirinhos e demais participantes fizeram um ritual no rio Guamá para pedir a força aos espíritos das águas.
No dia 29, outro debate enfatizou os problemas que a hidrelétrica de Belo Monte pode causar. Dom Erwin, bispo do Xingu e presidente do Cimi, ressaltou que a maioria da população da região é contra o empreendimento e que a consulta sobre a obra só está sendo feita ao comerciantes e empresários de Altamira.
A defesa da terra e dos rios também é foco da campanha Povos Indígenas na Amazônia: Presente e Futuro da Humanidade, que foi lançada no dia 28 de janeiro no FSM. A iniciativa pretende sensibilizar a sociedade para a importância de se proteger os povos indígenas da Amazônia, acuados pela crescente agressão ao meio ambiente causada, principalmente, por madeireiros, garimpeiros, pecuaristas e pelo avanço da fronteira agrícola (soja, cana...).
Até o dia 1 de fevereiro, os indígenas ainda participarão de diversos debates e manifestações e assim, tentarão aproveitar essa rara oportunidade em que são foco das atenções para dar seu recado. Como destacou Miguel Palacin, da Coordenação Andina das Organizações Indígenas (CAOI), após a apresentação dos indígenas na abertura do evento: "para um mundo melhor, a violência, a criminalização, o racismo e todas agressões que os indígenas sofrem devem acabar e, em vez disso, devem ser construídos os Estados Plurinacionais, como já ocorre na Bolívia e no Equador." (CIMI)
.
1 commento:
e o que é mais lamentável, aqui no Brasil é que é maior a possibilidade de que os povos tradicionais ( não gosto muito da expressão indios/indigenas, soa meio depreciativa senão preconceituosa) e o bom senso sejam derrotados pelas forças do capitalismo(?) e corrupção
Como habitualmente ocorre.
Posta un commento